BR.RJ.COC.OC.COR.PES.8.17
[Papel de carta VERNEY’S 41. QUEEN’S GARDEN LANCASTER GATE LONDON, W. ]
Londres, 18 de Novembro de 1914.
Meu caro Bentinho,
Recebemos tuas cartas e a planta de nossa casa de Petrópolis. Muito obrigado!
Já te escrevi relativamente à banheira e aos W.C. que eu desejava fazer instalar em Petrópolis. Se ainda houver tempo, seria bom mandar fazer um orçamento para ladrilhar os banheiros e instalar o lavatório que sobrou e o respectivo espelho no quarto do banheiro (se houver, se for possível).
Se o orçamento for razoável e se houver algum dinheiro disponível poderias falar ao Andrade para mandar executar a obra. Diz ao [?] que vou levar um fole para matar formigas. Acho bom melhorares a tua letra que é bem pouco compreensível.
Não vi porque de Manguinhos não me mandasse a correspondência para mim dirigida como deixei determinado. Há coisas de que [?] responder e de que não tenho conhecimento. Porque não me mandaste a comunicação da Câmara de Santos, relativa ao nome que deram à rua? Compreendes que a delicadeza manda que, ao menos, se agradeça e eu não posso fazê-lo, porque não sei a quem me dirigir.
Penso que não deves pensar em vir para aqui agora, porque estamos resolvidos a partir dum momento para outro e nesse sentido telegrafaremos. A vida aqui está insuportável; o frio está se acentuando de dia a dia e o resultado da guerra não se precisa. Manda-nos dizer alguma coisa sobre o novo Governo e qual opinião do povo sobre ele.
Em nenhuma das tuas cartas nos dás noticias de Maria Luiza e teríamos grande satisfação em tê-las, por teu intermédio.
Estamos com imensas saudades tuas!
Todos te mandam muitas saudades.
O Vovô está adoentado hoje com um formidável lumbago que apanhou por causa do frio.
Saudades á Maria Luiza.
Lembranças à Mamãe e saudades a todos. Mil saudosos carinhos do teu verdadeiro amigo
Oswaldo