Em viagens pelo mundo

Em suas viagens ao exterior, Oswaldo Cruz levava na bagagem impressões e experiências adquiridas nas expedições pelo Brasil, que contrastavam com o avanço tecnológico, os hábitos e os costumes com que se deparava nas grandes cidades norte-americanas e europeias. Usava o tempo livre para visitar museus, ir a concertos, ou simplesmente flanar pelas ruas de Nova York, Roma, Berlim ou Londres, e depois descrevia febrilmente suas impressões em saudosas cartas à sua querida Miloca. Quando estava em trânsito, dava instruções detalhadas sobre como deveriam ser enviadas as respostas. Quando estas demoravam, era um sofrimento, mas a sua chegada era vivamente comemorada. Em 1907 Oswaldo foi a Berlim para participar da Exposição de Higiene e Demografia. Ao amigo Salles Guerra confessou achar a capital alemã um mimo, e que esta superava Paris em sua preferência. De lá seguiu para o México, mas antes foi em missão aos Estados Unidos, assegurar ao presidente Theodore Roosevelt que o porto do Rio, livre da febre amarela, era seguro para as embarcações norte-americanas. Em 1911, uma nova exposição levaria Oswaldo a Dresden, na Alemanha, e dessa vez em companhia da filha Lizeta. Com ela excursionou pela Itália, Suíça e França antes de chegar ao destino. Da Itália escreveu à esposa que, se estivesse com toda a família, poderia passar ali os próximos três ou quatro anos dedicando-se ao estudo das artes.